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A vulnerabilidade costeira se apresenta na costa litorânea em função da resposta pela
alta sensibilidade do ambiente e devido à complexidade em seus processos hidrodinâmicos e
sedimentológicos. O objetivo geral desta pesquisa é entender a influência dos fatores
hidrodinâmicos e meteorológicos nos processos de erosão existentes nas praias de Itapoá e
avaliar o comportamento da erosão costeira ao longo dos anos de 1985 a 2022 com a finalidade
de determinar as causas e consequências a partir da evolução histórica desses processos. As
praias de Itapoá foram divididas em 9 pontos de norte a sul, e caracterizados visualmente
conforme o padrão de erosão. Através da análise DSAS foi obtida a taxa de alteração ao longo
dos anos das praias e identificada a situação da evolução de cada praia. Para os fatores
climáticos foram utilizados os dados meteorológicos da EMA-A851 e dados de maré, assim
foram analisados dados das Decretações de Desastres da Defesa Civil-SC. Os resultados da
simulação da modelagem MOHID foram utilizados para o entendimento do balanço
hidrodinâmico na região. De acordo com os resultados foram encontrados 4 pontos de praia
com erosão intensa com taxas de alteração acima de 1000 m/ano, 4 pontos de estabilidade e 1
ponto em acresção. A partir do balanço hidrodinâmico entre a Baia da Babitonga e as forçantes
de vazão/enchente, foram identificadas as relações que levam à formação de giros em regiões
pontuais. Esses giros se evidenciam de acordo com o padrão das forçantes de vazão e enchente,
combinadas com a corrente de deriva litorânea. O padrão de ventos da região no período de
1985 a 2022, demonstrou-se tendência na direção do vento para OSO-ENE e com velocidade
média de 1,0 m/s. Foram identificados 15 desastres ocorridos em Itapoá no período de 1998 a
2020. Entre esses eventos, em 2001, 2003, 2013, 2014 e 2018, ocorreram eventos diretamente
relacionados a inundação e erosão costeira. Neste estudo não foi encontrado correlação entre as
forçantes maré e vento, no entanto pode ser evidenciado que o vento (tempestades) está
relacionado aos eventos que geraram alguma calamidade, assim como não é necessário eventos
astronômicos para ocorrer processos de erosão intensa e apenas tempestades (de baixa
intensidade) são capazes de gerar avanços significativos na erosão. A presença de sistemas
dunares bem desenvolvidos não foi observada, indicando que o sedimento está sendo
transportado para fora do sistema e entende que ação da dragagem também pode ser um fator
para perda de sedimento ao longo dos anos. Outro fator que contribui para a erosão costeira em
Itapoá é a ação antrópica, como a construção de edificações muito próximas à costa, que acabam
comprometendo a estabilidade do terreno e o excesso de contenções provindas desde 1996 pode
ter contribuído para o não desenvolvimento das praias conforme a sazonalidade somada a falta
de vegetação nativa. |
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