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Este trabalho é o resultado de uma pesquisa-ação participativa que teve, como
objetivo geral, promover a educação e formação das mulheres privadas de liberdade
com vistas à possibilidade de seu desenvolvimento profissional, empoderamento e
geração de renda, conjugando conhecimento e arte. Tendo como base teórica os
conceitos de empoderamento de Montaño (2015) e Sardenberg (2006), e inspirado
pela vida e obra da artista mexicana Frida Kahlo, esta pesquisa se deu, em sua maior
parte, a partir do convívio com mulheres em situação prisional no Presídio Feminino
de Tubarão, Santa Catarina. Nesta situação diferenciada, visando o empoderamento
daquelas mulheres, foram realizados palestras, cursos e oficinas, que tiveram, como
momento mais relevante, um evento no qual as reeducandas participantes do curso
desfilaram exibindo as bijuterias que confeccionaram. A partir das análises dos diários
produzidos pelas alunas durante o curso, foi possível detectar a importância da família
e da religiosidade na vida daquelas mulheres, bem como entender como elas
percebem as relações de gênero, a questão educacional, e os relacionamentos
amorosos fora e dentro da prisão. Foi possível perceber também como o cárcere
desumaniza as pessoas que se encontram naquela situação, com prisões dentro da
prisão, rituais e castigos para quem já está pagando sua dívida com a sociedade.
Entretanto, mesmo com todos esses aspectos negativos, as mulheres que
participaram do curso e das oficinas demonstraram ser possível se sentir
empoderadas em situações adversas, permitindo inferir a possibilidade de melhoria
de vida após o cumprimento da pena. Muitos foram os depoimentos, de alunas e
professoras colaboradoras, sinalizando que a educação nos espaços privação de
liberdade é tarefa urgente, apontando sobre a formação de professores, as
metodologias e recursos utilizados, as estratégias e especialmente o valor do diálogo
entre educação e arte. |
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