Conservação e potencial de comercialização do açafrão-da-terra e da ora-pro-nóbis sob o método de refrigeração

Abstract

O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade e as propriedades nutracêuticas dos rizomas de Açafrão-da-Terra e das folhas da Ora-pro-nóbis, acondicionados em atmosfera refrigerada a 4°C por 7 dias, bem como o potencial mercadológico que estas apresentam, para isto, realizou-se um estudo de mercado dessas plantas pela população de São Miguel do Oeste e região. Para este fim, folhas de Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller) e rizomas de Açafrão-da-Terra [Curcuma longa L. (sin. C. domestica)] foram colhidos em uma propriedade rural na Linha Esquina Derrubada em São José do Cedro e no Centro de Educação Profissional Getúlio Vargas - CEDUP, localizado em Descanso, respectivamente, ambos municípios de Santa Catarina. As folhas e rizomas foram acondicionados no interior de sacos plásticos, para evitar perdas por evapotranspiração e/ou evaporação e transportadas para o laboratório. Logo após, as amostras foram selecionadas, eliminando as que apresentavam danos mecânicos e/ou de patógenos e, em seguida, as mesmas passaram pelo processo de homogeneização. Três repetições contendo 15 folhas de Ora-pro-nóbis e 7 rizomas de Açafrão-da-Terra foram submetidos a análise inicial. As demais amostras foram acondicionadas em sacos de polietileno e armazenadas a temperatura de 4°C e Umidade Relativa do Ar (URA) de 70 a 80%. As amostras armazenadas sob refrigeração foram avaliadas quanto aos atributos de massa, coloração da epiderme, acidez titulável (AT), sólidos solúveis (SS), teor de vitamina C e proteínas. O Açafrão-da-Terra apresentou maiores valores para os atributos físico-químicos em relação a Ora-pro-nóbis. Entretanto, as folhas de Ora-pró-nóbis também apresentaram boa conservação pós-colheita, além de maior teor de proteína após 7 dias de armazenamento a temperatura de 4°C e URA de 70 a 80%. Em relação ao teor de vitamina C, nenhum dos tratamentos apresentou perdas significativas. Com relação à pesquisa de mercado, observou-se que, apesar do conhecimento dos entrevistados por parte dessas duas plantas ser médio e o hábito de consumi-las ser consideravelmente baixo, houve aceitabilidade destas e interesse em consumi-las, principalmente após o entrevistado ser informado de todos os benefícios que o Açafrão-da-Terra e a Ora-pro-nóbis podem trazer para a saúde humana.