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A agência Nacional de Trânsito (ANTT–2018) apresenta um dado significativo à pesquisa, ou seja, o Brasil tem hoje mais de 1,5 milhões de caminhoneiros, entre autônomos, empregados e cooperados, é um grande segmento profissional, porém pouco estudado. Para além do mergulho em leituras bibliográficas, a pesquisa exigiu um exercício de maior aproximação com a experiência de vida desta categoria. O objetivo deste trabalho é analisar por meio de entrevistas o perfil sócioprofissional dos caminhoneiros de Xanxere-SC considerando seus cotidianos, suas representações sociais e culturais e a forma como definem sua identidade de grupo, tendo como referencia o período do
movimento de resistência e oposição política ocorrida em maio de 2018. O trabalho
ocupa um lugar central na vida destes sujeitos que repercute nas condições de vida
relatadas a partir de suas dificuldades socioculturais, distância da família, solidão,
carência afetiva, alimentação, desvalorização social e os riscos de uma vida na estrada. A pesquisa de base qualitativa utilizou o método etnográfico como ferramenta de apoio para a coleta de dados a partir de um roteiro de entrevistas e da incursão em profundidade em suas histórias de vida. Para isso elegemos um grupo de cinco caminhoneiros do Município de Xanxerê-SC, o que permitiu uma reflexão sobre as suas paixões e desilusões alusivas aos profissionais da estrada, à percepção do amor e afeto dos motoristas com relação ao trabalho, visto que a principal dificuldade enfrentada pelos caminhoneiros é a forte influência que o modelo capitalista exerce sobre o setor rodoviário. |
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