Resumo:
A Medicina Nuclear (MN) é uma especialidade médica dividida em aplicações
diagnósticas e terapêuticas. As doses de radiação decorrentes de procedimentos
nesta prática são oriundas das atividades de radionuclídeos administradas para
pacientes e contribuem para as exposições da população em geral e meio ambiente
em relação à radiação ionizante. Nesse sentido, a otimização da proteção radiológica
tem como objetivo garantir o equilíbrio entre a qualidade das imagens médicas e a
quantidade de radiação recebida pelo paciente. A Comissão Internacional de Proteção
Radiológica (ICRP) recomenda níveis de referência para procedimentos em diversas
modalidades. Na MN os níveis de referência baseiam-se nas atividades administradas
nos pacientes e são conhecidos como níveis de referência em diagnóstico (DRLs).
Eles funcionam como uma importante ferramenta de otimização dos procedimentos
em MN. Desta forma, o objetivo geral deste trabalho foi estimar os DRLs decorrentes
de procedimentos de Medicina Nuclear em três serviços localizados em Santa
Catarina no ano de 2020. Para este estudo foram utilizados dados de natureza
retrospectiva, coletados dos prontuários dos pacientes e sistemas de registro dos
procedimentos nos serviços de medicina nuclear (SMN) participantes. Os dados
coletados foram referentes aos tipos de procedimentos, data de realização do exame,
idade, peso, altura e sexo dos pacientes, atividade administrada, radionuclídeo e
equipamentos de imagem utilizados pelo serviço. Com esses dados foi calculada a
atividade específica para cada exame (MBq/kg) e por meio de análise estatística foram
estimados os valores típicos de atividade administrada para cada serviço e os DRLs
dos serviços em questão. Os principais resultados obtidos foram a caracterização da
população estudada, a identificação dos principais procedimentos de MN realizados
em cada serviço, o cálculo de atividade específica e valores típicos de atividade
administrada por procedimento e os DRLs dos serviços participantes