Resumo:
Observa-se desde 2017, a expansão no cultivo da soja no estado brasileiro de Santa Catarina,
em particular na região do extremo sul catarinense e mais especificamente dentro da bacia
hidrográfica do rio Urussanga, região de tradicional cultivo do tabaco, milho, arroz, maracujá,
banana, entre outros. Objetivou-se neste trabalho, calcular e analisar o balanço hídrico do
clima presente e futuro considerando o cultivo da soja nessa região, para que as informações
climáticas sejam utilizadas por quem planeja o desenvolvimento agropecuário na região,
auxiliando na tomada de decisão, procurando minimizar os riscos de perdas envolvidos na
atividade agropecuária. Foram obtidos os dados de estações meteorológicas convencional e
automática em Urussanga no período 1987-2019. O balanço hídrico utilizou as informações
extraídas de dois modelos climáticos com cenário mais realista e pessimista para o período
2021-2040 e 2041-2060 apresentados para cada decêndio de cultivo da soja. A correlação
entre dados observacionais e do clima presente apresentou correlação próxima de 1 (um) para
a variável evapotranspiração e outras técnicas estatísticas como correção de viés e erro
quadrático médio determinaram a acuracidade de covariância de ambas séries de dados. O
resultado do clima futuro em comparação com o clima presente, observa-se em vários
decêndios que o balanço hídrico têm disponibilidade hídrica menor durante os meses de
cultivo da soja (outubro-março), onde a evapotranspiração da cultura será maior e a
precipitação será menor dentro de uma variabilidade climática intra-sazonal. Isso porque, no
período vegetativo (outubro e novembro) as variáveis que mais impactam o período do cultivo
são as que têm prognóstico de mudanças climáticas, sendo a precipitação, temperaturas
máximas e mínimas, em conjunto as variáveis relativamente estáveis da radiação solar e
fotoperíodo. Entre o final do período vegetativo e o início do reprodutivo (novembro e
dezembro), além da radiação solar, a variável mais impactante é a precipitação.