Resumo:
A Ressonância Magnética (RM) constitui uma ferramenta diagnóstica indispensável
na identificação e acompanhamento de uma ampla variedade de condições
patológicas. A utilização de meios de contraste a base de gadolínio (Gd) tem se
estabelecido como um método prevalente para amplificar a capacidade de detecção
e avaliação de anomalias teciduais, embora a administração destes compostos
demande uma abordagem personalizada em virtude do risco, ainda que
infrequentes, sua segurança e a eficácia surgem como pontos de controvérsia,
particularmente em face de relatos documentados de fibrose sistêmica nefrogênica e
acúmulos residuais de gadolínio no tecido cerebral e outros órgãos. Com o objetivo
de analisar o comportamento de diferentes posologias de meio de contraste a base
de gadolínio em ressonância magnética de Crânio com indicação clínica de cefaleia,
este estudo experimental, do tipo ensaio clínico randomizado, controlado e cegado,
coletou dados de 60 pacientes que foram submetidos a exames de ressonância
magnética de crânio em equipamento de 1,5 Tesla. Subdivididos aleatoriamente em
3 grupos, sendo um grupo controle, foram utilizados métodos estatísticos para testes
de comparação e replicabilidade das posologias utilizadas. A avaliação das Regiões
de Interesse (ROIs) aplicadas na Artéria Cerebral Média esquerda e Seio Venoso
transverso, tanto pré quanto pós-contraste, nos grupos A (controle), B (Bula) e C
(Mezzo), revelou uma replicabilidade estatística de boa a excelente, com o grupo C
e B respectivamente, demonstrando maior similaridade com o grupo controle. Este
achado sugere que, independentemente da dosagem de gadolínio utilizada, o realce
de imagem é suficientemente robusto para permitir uma análise diagnóstica eficaz,
validando assim a proposta de estudo para aplicação prática. No entanto, os ROIs
na substância cinzenta do Hipocampo e na substância branca do Lobo Frontal
apresentaram uma falta de replicabilidade estatística significativa, e nenhuma
dosagem apresentou exatamente o padrão observado no grupo controle. Ainda
assim, a análise revelou que todas as dosagens testadas foram clinicamente
aplicáveis, com diferenças entre os grupos consideradas insignificantes para o
diagnóstico clínico de cefaleia. Isso foi corroborado pela avaliação diagnóstica
realizada pela equipe de médicos radiologistas, que não identificou a necessidade
de complementação de exames.
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Palavras-chave: Ressonância Magnética, Gadolínio, Meio de Contraste, Cefaleia.