Resumo:
Esta pesquisa trata dos processos de permanência e migração de jovens rurais do sexo feminino na microrregião do Extremo Oeste de Santa Catarina. A permanência e a migração rural afetam os processos sociais do local onde ocorrem. Essas escolhas, muitas vezes, são determinadas por problemas sociais de uma cultura, não enfatizados devido a um processo de naturalização de problemáticas ligadas ao gênero, assim, reproduzindo-se ao longo do tempo. Um desses problemas são as relações de gênero desiguais que ocorrem no meio rural. Dessa maneira, observa-se a necessidade de pesquisas que permitam agregar conhecimento sobre a realidade das jovens rurais estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina, câmpus São Miguel do Oeste, compreendendo os motivos que as levam a fazer escolhas pessoais e a sua relação com o gênero. A pesquisa foi realizada por meio de análise bibliográfica, aplicação de questionários exploratórios e entrevistas individuais estruturadas. As perguntas foram relacionadas a questões econômicas, perspectivas acerca do futuro, relações familiares, questões relacionadas ao gênero e ao lugar em que vivem. Os dados foram analisados e discutidos por meio de comparações, com base em 14 entrevistas e 60 questionários aplicados para jovens residentes no meio rural, além disso, foram utilizados tabelas e gráficos para ilustrar as explicações. Com isso, conclui-se que as violências de gênero interferem nos aspectos decisivos entre partir ou permanecer no campo, construindo uma sobrepujança da alternativa partir.