Resumo:
Alguns compostos, denominados de radiofármacos, são administrados ao
paciente por via oral, injetável ou inalatória em procedimentos de MN. Pacientes
hospitalizados com diagnóstico de câncer de próstata, em alguns casos, fazem uso
de cateter vesical e realizam cintilografia óssea para detecção de metástases. Como
a maior parte do radiofármaco administrado é eliminado pela urina, tem-se a
preocupação com profissionais da enfermagem considerados indivíduos não
ocupacionalmente expostos (não IOEs) que prestam assistência a esses pacientes
em relação a proteção radiológica e risco de contaminação por radiação ionizante.
Portanto, o trabalho teve como objetivo estimar a atividade radioativa acumulada na
bolsa coletora de urina de acordo com equação reportada no MIRD 14, que
apresentou a fração máxima de atividade eliminada pela urina em 230 min após a
administração do radiofármaco, onde 29% foi excretado. Em seguida, estimou-se a
taxa de dose da urina da bolsa coletora. Comparando-se o valor da taxa de dose
média estimado teoricamente nas distâncias de 10, 50 e 100 cm em relação a bolsa
coletora, com respectivamente (429,2 ± 372,17; 17,167 ± 14,886 e 4,29 ± 3,724 e
máximos de 880,8; 35,23 e 8,81 µSv/h, respectivamente) com os valores medidos
experimentalmente (médias e desvio padrão, respectivamente, 375,60 ± 141,076;
15,09 ± 13,08 e 3,64 ± 3,22 e máximos de 891,3; 30,59 e 8,00 µSv/h,
respectivamente) observou-se que para medidas de dose efetiva é possível utilizar a
equação de gamão como método de estimativa. Em um segundo momento, para
auxiliar os profissionais de enfermagem não IOEs quanto suas doses efetivas,
criou-se um aplicativo que possibilita a estimativa de dose efetiva anual do
profissional de forma individual associado ao tempo de assistência ao paciente. Além
disso, como no protocolo de cintilografia óssea recomenda-se esvaziar a
bexiga/bolsa coletora imediatamente antes da aquisição da imagem, o maior risco de
contaminação e a maior taxa de exposição do profissional em relação a bolsa
coletora de urina acontece neste momento. Após o esvaziamento da bolsa, a
atividade acumulada na urina e, consequentemente a taxa de exposição são
mínimas. Portanto, a principal preocupação em relação a proteção radiológica
desses profissionais acontece durante o acompanhamento do paciente ao setor de
MN, que corresponde ao período de duas a quatro horas. Frente a esses dados,
conclui-se que cuidados devem ser tomados pelo profissional da enfermagem a fim
de garantir que não haja contaminação no momento do esvaziamento da bolsa. E,
caso houver, que o profissional saiba realizar procedimentos de descontaminação,
devendo respeitar as medidas de proteção radiológica para evitar exposições
desnecessárias, que estão estabelecidas para acompanhantes.