Resumo:
O objetivo que conduziu este artigo foi analisar a influência dos contos de fadas na maneira como as crianças do 3º ano Ensino Fundamental 1 verbalizam e representam de forma não-verbal as representações de gênero através de Contos de Fadas tradicionais e das reinvenções feitas pelas Coleções Antiprincesas e Anti-heróis. A turma escolhida apresenta estudantes entre 8 a 10 anos e pertence a uma escola estadual do oeste de Santa Catarina. Este estudo desenvolveu-se como uma pesquisa qualitativa, descritiva e bibliográfica com participação ativa dos estudantes. Foram mobilizadas as concepções de leitura e escrita presentes nos PCNs, conceitos e história da formação do imaginário da criança pelos contos de fadas (BETTELHEIM; CANTON) e abordagem da educação
como desenvolvimento da conscientização crítica (FREIRE). As atuais Coleções Antiprincesas e Anti-heróis foram as recontextualizações utilizadas para apresentar às crianças outras configurações de representação para príncipe e princesa. Para alcançar o objetivo proposto, este trabalho teve três fases de desenvolvimento: (1) fase exploratória - conhecimento da turma; (2) coleta de dados - aplicação de questionário com orientação de desenhos e narrativa; (3) análise e interpretação dos dados. Como resultado, foram identificadas, nos textos e nos desenhos, representações que se aproximam das clássicas quando descrevem aparência das personagens, mas também foram identificadas representações para príncipe e princesa independentes, mais próximas daquelas presentes na Coleção Antiprincesas e Anti-heróis. Logo, foi possível constatar que os estudantes, ao protagonizarem eventos de letramento, puderam refletir criticamente por meio de consciência linguística da situação comunicativa vivenciada à medida que relacionaram seus textos aos contextos de produção e circulação.