Resumo:
A utilização das radiações ionizantes é uma constante nos serviços de
radiodiagnósticos em todo o país, neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi
descrever as boas práticas de proteção radiológica do trabalhador e dos indivíduos do
público nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Este estudo visa contribuir para
a realização de rotinas, de modo a assegurar a saúde e a proteção radiológica dos
trabalhadores e do indivíduo do público, através de medidas que indiquem as atitudes
seguras para a realização das práticas. Este trabalho trata-se de uma pesquisa de
campo exploratória com abordagem quantitativa descritiva que buscou explicações
para propor as boas práticas de proteção radiológica para trabalhadores de saúde e
do indivíduo do público em uma unidade de terapia intensiva. A pesquisa foi realizada
em uma maternidade existente na região Norte do Brasil. O local dispõe de 16 leitos
cadastrados no Ministério da Saúde e com um atendimento médio mensal de 800
parturientes. Foram realizadas emissões de radiação para 4 valores de tensão: 40 kV,
45 kV, 50 kV e 60 kV, com corrente anódica fixada em 100 mA e tempos de 0,05 ms,
0,1 ms, 0,2 ms e 0,3 ms, gerando exposições, respectivamente, de 5 mAs, 10 mAs,
20 mAs e 30 mAs. Foram realizadas várias medidas de KERMA no ar durante a
simulação dos exames de modo a verificar a dose produzida e comparadas com os
valores limites estabelecidos pela legislação. Para a medida da radiação espalhada
foram realizadas coletas por meio de uma câmara de ionização selada com seção
transversal efetiva de 100 cm2
, volume de 180 cm3 e resposta na faixa dos raios X
diagnósticos. Para simular o neonato de diversos tamanhos, utilizaram-se garrafas de
polímero termoplásticos com capacidade de 1 (um) litro, 1,5 (um e meio) litro e 2 (dois)
litros de água como fantoma, representando o tórax de recém-nascidos. Concluindo,
o presente trabalho procurou trazer, a partir das normas vigentes e da experiência do
pesquisador, ações simples e objetivas que visam propiciar a execução de exames
radiográficos seguros tanto para o neonato, quanto para as pessoas que estejam no
setor. Com as medições da radiação espalhada executadas com auxílio de fantomas,
foi possível demonstrar que a primeira medida de proteção é manter-se a uma
distância mínima de 1 metro, preferencialmente 2 metros, do raio central do exame.
Os desafios para implantação, treinamento e monitoramento dessas ações, estão
previstos como resultados por se tratar de um ambiente composto por equipe
multidisciplinar.