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A produção nacional de figos (Ficus carica L.) se concentra nos meses de janeiro a março,
momento em que a grande oferta impacta negativamente no preço da fruta in natura.
Diante desse cenário, o emprego de técnicas para adiantar e regular a oferta de figos pode
permitir obter uma melhor precificação e melhorar os resultados econômicos da cultura.
O uso de etileno ou de substâncias análogas a esse hormônio para antecipar e uniformizar
a colheita dos figos é comum entre produtores, mas persistem alguns entraves para
melhorar seus resultados. A necessidade de adaptar essa orientação à realidade da região
Extremo Oeste Catarinense resultou no estudo sobre o estágio de desenvolvimento
adequado para a aplicação do etileno. Este trabalho teve como objetivo aperfeiçoar a
técnica de indução artificial de maturação dos figos com aplicação de etileno (etefon) em
diferentes estágios de desenvolvimento dos sicônios. Para a realização do estudo
estabeleceu-se dois experimentos, sendo conduzidos na Safra 2020/21. O primeiro buscou
caracterizar o desenvolvimento natural dos sicônios. Já o segundo buscou avaliar a
resposta da aplicação do etefon (500 ppm) em diferentes datas de aplicação. O estudo foi
realizado em um pomar comercial de 0,3 ha, cultivado em um espaçamento de 1,5x3,0
metros, localizado no município de São Miguel do Oeste, Santa Catarina. Realizados de
forma concomitante no mesmo pomar, ambos foram conduzidos com blocos ao acaso.
No experimento I foram selecionadas 8 plantas com desenvolvimento uniforme, onde
cada planta constituiu um bloco, com nove ramos. Para construir a curva de
desenvolvimento dos sicônios foram coletados os dois primeiros figos a partir da base do
ramo, em intervalos de dias após frutificação efetiva: 10; 20; 30; 40; 50; 60; 70; 80 dias
de idade; e na maturação natural. Os dados foram submetidos à análise de regressão e,
quando significativas, construídas curvas de desenvolvimento. No experimento II, os
tratamentos foram as diferentes datas de aplicação: 20; 30; 40; 50; 60; 70; 80 dias após
frutificação efetiva; e testemunha (sem aplicação). O etefon 500 ppm foi preparado a
partir de Ethrel®, sendo aplicado nos dois frutos basais do ramo, sendo esses escolhidos
aleatoriamente em oito ramos de cada planta (bloco). O crescimento dos sicônios pode
ser dividida em 3 fases de desenvolvimento, a primeira e terceira de rápido crescimento
e a segunda de lento crescimento, com média de maturação natural de 94 dias. A aplicação
do etefon resultou em quatro respostas distintas: a) frutas sem resposta ao etefon, que não
alteraram seu desenvolvimento até a maturação, comparados a testemunhas; b) frutas em
que o etefon inibiu o desenvolvimento, não ocorrendo maturação até a colheita de todos
os sicônios controle; c) indução depreciativa, na qual os sicônios mudaram de cor,
indicando maturação, mas murcharam, não apresentando condições de consumo por
textura, aparência, e sólidos solúveis; d) resposta desejada: frutas visualmente agradáveis,
com características de textura e grau brix que se aproximam do controle. Aos sicônios
que apresentaram respostas desejadas foi aplicada análise estatística de variância e scott-
knott a 5% de probabilidade, testando a qualidade com base na testemunha. Os resultados
mostram viabilidade de aplicação de etefon aos 80 dias, contribuindo principalmente para
apressar e uniformizar a colheita. |
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