Resumo:
Aços  inoxidáveis  são  basicamente  ligas  de  Fe-Cr  que  apresentam 
elevada resistência à corrosão e ao calor. Adições de outros elementos 
de  liga,  além  do  processamento  térmico,  conferem  propriedades  para 
aplicações específicas, como no caso dos aços austeníticos. A seleção do 
material  para  determinado  componente  requer  análise  não  só  do 
ambiente  em  que  este  será  aplicado,  como  também  das  etapas  do 
processo  de  fabricação.  Alguns  eixos  de  motores  elétricos  são 
produzidos em duas partes: a interna ao motor em aço-carbono, para que 
ocorra magnetização e opere adequadamente, e a externa ao motor em 
aço inoxidável, a qual ficará exposta ao ambiente. As partes são unidas 
utilizando-se  soldagem  por  atrito  e  posteriormente  usinadas.  O  aço 
inoxidável austenítico 316 é muito utilizado em ambientes marinhos ou 
em  altas  temperaturas.  Porém,  quando  exposto  a  temperaturas  entre 
400°C e 900°C pode sofrer sensitização de carbonetos de cromo. Para 
contornar esta situação, recomenda-se a substituição por aço inoxidável 
austenítico com baixo teor de C (classe L). O aço inoxidável pode ser 
contaminado por C, como por exemplo, durante a usinagem, formando 
carbonetos  de  cromo  e  diminuindo  a  passividade  do  aço  inoxidável. 
Neste trabalho foram comparados e analisados o efeito da usinagem em 
dois  tipos  de  juntas  dissimilares:  aço-carbono  com  aço  inoxidável 
austenítico 316 e aço-carbono com aço inoxidável austenítico 316L. As 
juntas  foram  soldadas  por  atrito  e,  posteriormente,  a  parte  de  aço 
inoxidável foi usinada. Um grupo contendo os dois tipos de juntas foi 
usinado  com  ferramenta  nova  e  outro  com  ferramenta  já  utilizada  na 
usinagem de aço-carbono. Os testes realizados foram o ensaio de névoa 
salina por 504h, simulando ambientes marinhos e ensaio eletroquímico 
para a verificação da corrosão intergranular. Foi mensurada a dureza em 
pontos diferentes no material para verificação da difusão do C devido à 
soldagem.  Os  resultados  indicam  que  não  ocorreu  corrosão 
intergranular,  nem  difusão  de  C  no  aço  inoxidável  e  notou-se  um 
aumento da quantidade de pites.