Resumo:
Espécies exóticas invasoras (EEI) em ambientes naturais são consideradas uma das grandes causas de redução da biodiversidade global. No sul do Brasil, um dos mais disseminados é o gênero Pinus, cuja dispersão anemocórica possibilita a colonização espontânea de ambientes distantes das matrizes. Além disso, a distribuição antrópica, muito impulsionada pela silvicultura, fez com que fontes dispersoras chegassem a ecossistemas sensíveis e inaptos ao cultivo, como é o caso das restingas da Ilha de Santa Catarina. Algumas iniciativas buscam contribuir na reversão dessa tendência, já com excelentes resultados demonstrando que persistência é fundamental. Portanto, para controlar o avanço da espécie sobre áreas naturais, mais esforços são necessários para colaborar com tais iniciativas. Nesse sentido, a aplicação de métodos de sensoriamento remoto que permitam acompanhar a evolução nas áreas invadidas, ou mesmo o monitoramento daquelas que já foram manejadas, apresenta-se promissora. Em função disso, foi proposta a utilização de metodologias compostas por técnicas de sensoriamento remoto, em diferentes escalas, com objetivo de realizar a detecção da ocorrência de invasão por Pinus sp. em paisagens naturais, como subsídio ao planejamento das ações de controle em escala mais abrangente. Para trabalhos em escala local, foi proposta a utilização de RPAS (drones) para mapeamento em maior resolução, visando identificar as áreas de invasão e possibilitar o planejamento do manejo priorizando áreas mais recentes onde o manejo é mais simples, efetivo e menos oneroso. Como resultados demonstrou-se a possibilidade de utilização de séries históricas computadas a partir de produtos de sensoriamento remoto disponíveis, e a
implementação de técnicas de aprendizagem de máquina (machine learning) para
execução de classificação orientada a objetos (GEOBIA) em produtos cartográficos
gerados a partir de câmera RGB convencional embarcada em RPAS. O trabalho foi
executado a partir de softwares de código aberto para que a metodologia possa
contribuir, sem custos adicionais, com atividades de controle ambiental.