Resumo:
A mudança climática é um desafio global que demanda atividades de mitigação, tanto em nível local, como em nível internacional. O setor de transporte possui uma importante participação para o aumento das emissões de GEE, que é uma das causas das mudanças climáticas, e possui significativas emissões de CO2. A Lei da Mobilidade Urbana menciona sobre a obrigatoriedade da realização do Plano de Mobilidade Urbana - PMU para municípios com mais de vinte mil habitantes. O PMU é um documento técnico que define metas e estabelece orientações futuras, visando a melhoria da mobilidade urbana, tendo como uma das premissas o desenvolvimento sustentável das cidades. O presente trabalho teve o objetivo de analisar o potencial de redução da emissão de GEE, a partir da implantação do PMU do município de Brusque/SC, sendo que para isso foi utilizado o Programa Brasileiro GHG Protocol. Além do mais, foi determinada a influência dos GEE na variação da temperatura do município e em esfera global, até o ano de 2121 e foi elaborada uma Calculadora de Emissões de GEE para Mobilidade. Os cenários contemplaram os meios de transporte: coletivo público, motorizado individual, bicicletas e caminhadas. Como resultado obteve-se que o transporte individual corresponde ao maior quantitativo das emissões totais do setor de transporte urbano e que a aplicação dos cenários correspondeu a uma redução de aproximadamente 20% de dióxido de carbono (fóssil e equivalente), metano e óxido nitroso. Verificou-se também uma tendência de diminuição da temperatura, a partir da aplicação dos cenários propostos, sendo que utilizando o método UCAR (2022) obteve-se uma diminuição de 0,90°C e com o método Ellis (2008) obteve-se o decréscimo de 0,92°C. A elaboração da Calculadora de Emissões de GEE para Mobilidade possibilitará que os munícipes possam analisar a sua contribuição para emissões GEE para a cidade, para uma de suas atividades cotidianas, que é o transporte e podendo também verificar o quantitativo de árvores que são necessárias a ser plantadas na Mata Atlântica como forma de compensar sua emissão. Com a realização do trabalho conclui-se que a permanência da execução das ações atuais de mobilidade, sem a introdução de ações voltadas para mobilidade urbana coletiva e mais sustentável, acarretará em maiores emissões de gases poluentes à atmosfera, com consequências para o ambiente e para a população.