Resumo:
A Dissertação, desenvolvida no Programa de Mestrado Profissional em Educação
Profissional e Tecnológica em Rede Nacional (PROFEPT), área de Ensino, sob
orientação da professora Doutora Eliane Juraski Camillo, insere-se na sua linha de
pesquisa 2: Práticas Educativas em Educação Profissional e Tecnológica. O tema
relaciona Direitos Humanos, doravante DH, Educação em Direitos Humanos,
doravante EDH, e Educação Profissional Tecnológica Subsequente na perspectiva
de Formação Integral, que considera todas as dimensões do ser humano, além dos
interesses materialistas ou daqueles exploratórios do modo de produção capitalista.
A questão que norteia essa pesquisa é verificar quais são as percepções dos/as
alunos/as dos cursos técnicos subsequentes do Campus Florianópolis do IFSC a
respeito dos DH, para apresentar-se proposta de EDH voltada a esses sujeitos
visando sua formação integral. O objetivo geral é promover um produto educacional
vinculado à referida proposta, em razão do qual se fez um aprofundamento teórico
por meio de pesquisa bibliográfica e documental e aplicou-se questionário aos
sujeitos da pesquisa, na maioria jovens adultos/as, fragilizados/as por sua fase de
transição somada ao seu contexto econômico e social. Foram pesquisados/as
discentes com mais de 18 anos das penúltimas fases, quando possível, de 12
cursos técnicos subsequentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), Campus Florianópolis. O questionário, também
aplicado a alguns/algumas docentes para contextualização, serviu para verificar as
percepções sobre DH, em que medida estes estão ou não contemplados em sua
formação, e direcionar o Produto Educacional. O universo de sujeitos pesquisados
foi de 144 estudantes e 35 docentes. A análise dos resultados confirmou a
importância da EDH para os cursos pesquisados, pois a maioria dos/as docentes e
discentes não possui noção correta sobre DH, como buscá-los e efetivá-los de forma
segura e bem orientada, exercendo sua cidadania. Algumas/algumas não têm
interesse ou até antipatizam com o tema, principalmente pela visão distorcida de que
servem para injusta proteção a criminosos/as, o que os/as afasta e afasta a
sociedade da efetivação dos DH. Em geral, consideram que os DH são respeitados
na Instituição, que se esforça para defendê-los e promovê-los. Mas há muito a
melhorar nesses quesitos e a promoção precisa ser mais intensa e direcionada para
alcançar todos/as devidamente. Nota-se a necessidade de conscientizar também
docentes sobre a importância da formação omnilateral mediante a EDH. Por fim,
algumas respostas indicam casos de diversas formas de desrespeito aos DH não
pela, mas na Instituição. O Produto Educacional foi uma intervenção como Roda de
conversa, considerando três etapas indicadas para a EDH: conteúdo teórico,
sensibilização e etapa ativa, com provocação dos sujeitos para o diálogo, reflexão
sobre cidadania, direitos e responsabilidades e caminhos para alterar sua vida e o
contexto social, que se encontra com valores éticos enfraquecidos e diversas
mazelas decorrentes do modo de produção capitalista exploratório. Foram
reunidos/as cerca de 15 alunos/as num grupo heterogêneo
quanto às opiniões a respeito do tema e às suas características, para uma
experiência mais rica, com foco a questão de DH que mais apareceu como um
problema durante as pesquisas a ideia de que os Direitos Humanos servem para
proteger injustamente criminosos/as. Esse Produto está contemplado no encarte
confeccionado, bem como a Carta Aberta direcionada à Direção Geral da Instituição
pesquisada, contendo a proposta mencionada. Esses diálogos fizeram emergir
vivências, dúvidas sobre DH e sua efetivação, confirmando a pertinência da EDH
para esses sujeitos, para a Instituição.