Resumo:
Santa Catarina é o quarto maior produtor de leite do país, sendo as raças de origem europeia, especializadas na produção de leite, as mais utilizadas. Esses animais mais produtivos possuem maiores dificuldades para controlar a própria temperatura corporal (termorregulação), aumentando assim, a suscetibilidade ao estresse térmico. Este, é ocasionado por fatores ambientais como, temperatura, umidade, irradiação solar e velocidade do vento, que associado a genética interfere diretamente na produção do animal, principalmente durante o verão. Para lidar com esse desconforto térmico, ocorrem uma série de adaptações no organismo da vaca que resultam em gasto excessivo de energia e a redução no consumo de alimentos, como estratégia para diminuir o metabolismo basal e manter a temperatura constante. A redução no consumo de alimentos é tanto maior quanto mais intenso for o estresse. Em relação ao leite, ocorre redução no volume de produção e na porcentagem de gordura e de proteínas. Com o intuito de avaliar a influência do estresse térmico em vacas holandesas, foram coletados dados de parâmetros fisiológicos (frequência cardíaca, respiratória, temperatura retal), ambientais (temperatura e umidade relativa do ar) e de volume e qualidade do leite, durante os períodos de verão e inverno, entre dezembro de 2018 a agosto de 2019, em uma propriedade localizada no município de Guaraciaba, Oeste de Santa Catarina. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, sendo cada vaca uma unidade experimental. A frequência respiratória (FR), temperatura retal (TR) e índice de temperatura e umidade (ITU) foram maiores no período de verão (P<0,05). Houve correlação positiva (P<0,05) entre a FR e a TR e entre a TR e ITU. Os parâmetros de qualidade do leite não apresentaram diferença significativa aos longos dos períodos avaliados. O estresse térmico pode ser deletério para a produção de leite e medidas alternativas devem ser utilizadas para minimizar o efeito do mesmo sobre as vacas leiteiras de alta produção.