Resumo:
A buva (Conyza sp.) caracteriza-se como uma das principais plantas daninhas das lavouras de verão da região Sul do Brasil, e tem sido diagnosticada como resistente ao glifosato, principal molécula química utilizada para o controle. Isso evidencia a necessidade de diagnosticar se as plantas são mesmo resistentes ou se produtor está adotando estratégias de controle inadequadas. Os objetivos da pesquisa foram: identificar a localização geográfica de biótipos de buva resistentes ao mecanismo de ação inibidor da enzima 5-enolpiruvilshikimate-3-fosfato sintase EPSPs em dez municípios da região Oeste de Santa Catarina e identificar problemas de manejo que possam aumentar a população resistente na região Oeste de Santa Catarina. Foram coletadas sementes de 45 biótipos em diversos municípios da região, as lavouras escolhidas para coleta possuíam relatos de resistência das plantas ao herbicida. O experimento foi conduzido no município de Iraceminha, onde as plantas de buva foram
cultivadas em copos plásticos de 550 ml preenchidos com substrato, cultivados em túnel baixo, sobre lâmina de água de 1 cm. Utilizou-se três tratamentos: T1 controle (sem glifosato); T2 dose de registro do glifosato (1780g e.a. ha-1); e T3 o dobro da dose de registro do glifosato (3560g e.a. ha-1). O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com quatro repetições. A aplicação foi realizada quando as plantas atingiram estádio de quatro a seis folhas, buscando a média entre as mesmas. As variáveis avaliadas foram: percentual de controle e massa seca. A avaliação do percentual de controle foi realizada aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação através de notas visuais de controle, comparando as plantas submetidas aos tratamentos com suas respectivas testemunhas. A matéria seca foi avaliada aos 28 dias após a aplicação com a coleta das plantas e posterior secagem em estufa. Os dados foram submetidos à análise de variância a 5%. O questionário foi avaliado através de análise descritiva a fim de esclarecer quais os fatores agronômicos estão associados ao surgimento da resistência. Os resultados demonstram que nos dez municípios da região Oeste de Santa Catarina todos os biótipos avaliados apresentam resistência ao herbicida glifosato; a ocorrência de resistências dos biótipos está ligada a grande utilização do glifosato nas lavouras avaliadas; e falhas no manejo, principalmente a má utilização do plantio direto está contribuindo para o aumento da população resistente na região.