Resumo:
Considerando as dificuldades em diferenciar inclusão e integração, esta última que se refere apenas à freqüência do aluno deficiente, se faz presente em grande parte das aulas de educação física, deixando de participar efetivamente das atividades propostas. Desmotivados pela inadequação do ambiente escolar, fez-se necessário uma reflexão acerca de ações facilitadoras do processo de inclusão. O objeto de pesquisa do presente estudo trata-se de verificar a aplicabilidade da atividade bocha adaptada como instrumento pedagógico para a inclusão de um aluno com paralisia cerebral nas aulas de Educação Física (EF) escolar, a partir da percepção do aluno, inserido na turma de primeiro ano do ensino médio de uma escola pública de Blumenau-SC. Participaram da
pesquisa 13 alunos, um deles com deficiência motora. Após a apresentação da
atividade bocha adaptada pelo aluno deficiente e a prática desta, envolvendo todo o grupo de alunos foi oportunizado o relato sobre a atividade e um questionário ao aluno deficiente sobre sua participação nesta atividade. O resultado relatado pelos alunos sem deficiência foi positivo, pontuando a importância de conhecer a realidade de um aluno deficiente e da aplicação real de uma modalidade adaptada. Por sua vez, o aluno em questão sentiu-se incluído por meio da atividade em que ele trazia um conhecimento prévio e é adaptada para o deficiente, ao contrário das outras atividades sem planejamento ou adaptações. Conclui-se que é possível utilizar a atividade adaptada como estratégia de inclusão nas aulas de educação física desde que haja uma adequação estrutural para a prática, considerando materiais, espaço, acessibilidade e conhecimento prévio da modalidade por parte do docente.