Resumo:
A alimentação de um rebanho exclusivamente à base de pastagens durante o ano é difícil, isso porque, as mudanças climáticas ao longo do ano limitam o crescimento das forrageiras em determinadas épocas. Uma forma de suprir a demanda nutricional dos animais em períodos de sazonalidade das pastagens é pelo uso da silagem. O sorgo BRS 716 foi desenvolvido para produção de biomassa e pelas suas características pode se tornar uma boa alternativa para ensilagem. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial produtivo (MS ha-1) e a qualidade da silagem produzida a partir do sorgo biomassa, colhido em diferentes épocas de corte. O experimento foi conduzido em um delineamento inteiramente casualizado, os tratamentos consistiram de 3 períodos de corte para o sorgo biomassa e 1 para o sorgo silageiro (testemunha), com 4 repetições. O sorgo biomassa teve seu corte realizado aos 110, 130 e 160 dias após emergência (DAE), enquanto o sorgo silageiro teve seu corte realizado aos 100 DAE. No momento da colheita, os teores de matéria seca (MS) da planta e a produção por hectare foram determinados. O material colhido foi ensilado em micro-silos de PVC abertos após 45 dias, neste momento, foram determinados os valores de pH, perda de MS durante a ensilagem e tamanho médio de partículas. Uma amostra foi coletada para determinação dos teores de MS, matéria mineral (MM), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA). Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância no pacote SISVAR com um teste de Scott Knott para separação de médias (P<0,05). O teor de MS do sorgo biomassa passou de 24,6% no corte aos 110 dias para 32,1% no corte aos 160 dias. Os valores de pH reduziram com o avanço da época de corte do sorgo biomassa, variando de 4,5 a 3,7. Para o sorgo biomassa foram observados teores de FDN (62,1%) e FDA (47%) semelhantes entre os períodos de corte, com o sorgo silageiro obtendo o menor teor de FDN (37,1%) e FDA (23,4%). A produção de MS (ton ha-1) aumentou com o avanço na época de corte, chegando a uma produção de 57,1 ton ha-1 para o corte realizado aos 160 DAE. Os teores de PB, MO, MM e a perda de MS não diferiram entre as diferentes épocas de corte. Assim, com base nos resultados encontrados pode-se sugerir que a ensilagem do sorgo biomassa mantém melhor qualidade fermentativa da silagem nos cortes realizados aos 130 e 160 DAE, observada por seus valores de pH. Entretanto, considerando o expressivo aumento na quantidade de MS produzida, sem redução na qualidade da silagem, é plausível imaginar que o corte realizado aos 160 DAE possa ser o mais indicado. Por fim, é importante considerar que os teores de FDN e FDA do sorgo biomassa são elevados, o que poderia levar a limitações de consumo e digestibilidade da dieta pelo animal, mas pode ser indicado como fonte de fibra a ruminantes, principalmente àqueles de menor exigência e potencial produtivo.