Resumo:
A viticultura em São Joaquim, região de altitude, desperta interesse crescente entre investidores. Na vinícola Suzin, a ‘Merlot’ é cultivada desde a primeira colheita em 2004, mostrando boa adaptação na região. Embora geralmente apresente maturação adequada para vinhos finos, em alguns anos, observa-se um distúrbio fisiológico chamado desavinho, resultando em cachos com poucas bagas, maturação desuniforme e redução na rodutividade. O presente trabalho objetivou contribuir na geração de informações técnico-científicas que possam direcionar o manejo adequado do dossel da videira por meio da desfolha e aplicação de boro visando reduzir o desavinho. O boro não afetou as
características físico-químicas do vinho da uva ‘Merlot’, com exceção do teor alcoólico, que foi mais alto, no tratamento com boro. Além disso, a realização da desfolha em três etapas, iniciada no estádio fenológico 17, influenciou positivamente na concentração de polifenóis. Nas duas safras avaliadas, 2023 e 2024, a realização de três desfolhas nos estádios 17, 23 e 35, denominado como tratamento padrão do produtor, não apresentou benefício significativos nas reduções do desavinho na uva ‘Merlot’ cultivada da Serra Catarinense. Pode-se concluir que a aplicação do boro de forma isolada não contribuiu para aumento
da qualidade das uvas e consequentemente dos vinhos, bem como não afetou o fruitset. As desfolhas nos estádios fenológicos 17, 23 e 35, conferiu benefícios para a qualidade de vinho, principalmente um expressivo aumento no teor de polifenóis, antocianinas e melhoria na intensidade de cor, entretanto, novos estudos serão necessários em outras safras.