Resumo:
A alimentação humana, ao deixar de ser definida apenas como um sistema de
transferência de nutrientes, torna-se um fator decisivo na saúde e qualidade de vida,
constantemente mudando para acompanhar a temporalidade e os hábitos da
população. Consequentemente, com o passar dos anos, observou-se que há uma
forte tendência de consumidores em melhorar o estilo de vida através do consumo
de produtos mais frescos e menos industrializados. Logo, o conceito de Aaron
Antonovsky, denominado salutogênese, surge como uma opção de potencializar e
preservar as forças que geram saúde e qualidade de vida. Aliado à busca por
melhorias na produção e consumo de alimentos, a Agroecologia se consolida como
alternativa para desvencilhar-se da agricultura convencional, desenvolvendo meios e
métodos que priorizem o manejo natural, resultando em uma produção sustentável,
potencializando melhoria na qualidade dos produtos. Dessa maneira, o objetivo geral
deste trabalho foi desenvolver um estudo bibliográfico sobre as potencialidades da
produção e do consumo de produtos de base agroecológica no Oeste Catarinense.
Aplicou-se um questionário, por meio do Google Forms, a fim de conhecer a
produção e os hábitos de consumo de produtos agroecológicos da população e
verificar sua compreensão sobre a agroecologia. A partir das respostas obtidas
notou-se um real desconhecimento da agroecologia, reduzindo-a a uma técnica de
produção que se confunde com o termo orgânico, ao minimizar o uso de agrotóxicos
e não discutir questões associadas à justiça social, climática e à biodiversidade, etc.
Apesar das dificuldades encontradas pelos consumidores para adquirir produtos
agroecológicos (acesso, baixa quantidade e preço), verificou-se a existência de uma
proximidade entre produtores familiares e consumidores baseada na compra direta e
nas relações horizontais de trocas de saberes, vivências, que perpassam questões
mercadológicas. Desta forma, a Agroecologia apresenta-se como uma alternativa
sustentável para a agricultura familiar, com potencial de ampliação da produção e de
fortalecimento de relações entre produtores e consumidores, necessitando de
políticas públicas contínuas de incentivo, crédito, extensão rural e pesquisa para sua
implementação.