Resumo:
A qualidade microbiológica do leite cru refrigerado está diretamente relacionada
com as práticas adotadas no processo de obtenção do mesmo, como boas práticas
de ordenha, sistema de resfriamento adotado e sanidade do rebanho. O presente
estudo objetivou a melhoria da qualidade do leite com a aplicação das boas práticas
de ordenha em unidades produtoras de leite da região do extremo oeste
catarinense vinculadas a empresa CooperOeste Terra Viva. A pesquisa foi
realizada com 4 produtores de São Miguel do Oeste e Guaraciaba, foi aplicado um
checklist com perguntas sobre o processo de ordenha e, a partir destas
informações, foram sugeridas ações para a melhoria da qualidade microbiológica
do leite. Cada produtor recebeu uma cartilha de apoio contendo as principais etapas
das boas práticas na ordenha. A qualidade do leite foi analisada pela contagem de
microrganismos mesófilos e psicrotróficos, antes e depois da análise citada acima,
com o intuito de mostrar ao produtor a melhoria na qualidade do leite que as boas
práticas podem apresentar. Os resultados obtidos a partir das análises
microbiológicas e do checklist apresentaram diferença significativa na quantidade
de microrganismos mesófilos e psicrotróficos, tendo a diminuição destes no leite de
todas as propriedades analisadas no projeto por conta da melhor implantação das
Boas Práticas de Ordenha, processos estes que auxiliam na diminuição do contato
dos microrganismos com o leite, garantindo e melhorando sua qualidade. Antes da
visita e implantação das BPOs apenas uma das quatro propriedades estavam de
acordo com os padrões da IN 31 de 2018 e, após as aplicações, as propriedades 1
e 4 atingiram os padrões estipulados para os microrganismos mesófilos da
legislação. Já para os microrganismos psicrotróficos houve diminuição significativa
da carga microbiológica por conta das práticas adotadas, na qual todas as
propriedades ficaram abaixo da contagem de 106.